As tecnologias já não parecem novidade. Muitas delas mantêm-se há anos no nosso quotidiano, contudo o tempo não para: mudanças no panorama social, financeiro e no mercado impulsionam novas soluções – ou até mesmo novas formas de utilizar o que já existe.

 

A Alter Solutions e a act digital trazem dados relevantes e a nossa perícia para identificar as tendências tecnológicas que impactarão estratégias e negócios em 2024.


Boa leitura!

 

 

1. Computação Quântica: remodelar a fronteira tecnológica

A computação quântica é uma nova abordagem de cálculo que utiliza princípios da física fundamental para resolver problemas extremamente complexos com muita rapidez. Atualmente, encontra-se numa fase de desenvolvimento e experimentação: ainda não é amplamente acessível ou aplicável em escala comercial, mas estão a ser feitos avanços significativos.


Segundo o Quantum Technology Monitor de 2023, as quatro indústrias que provavelmente verão o primeiro impacto económico da computação quântica – automóvel, química, serviços financeiros e ciências da vida – poderão ganhar potencialmente até 1,3 biliões de dólares em valor até 2035.


Nos próximos anos, os principais intervenientes na computação quântica, bem como um pequeno grupo de start-ups, aumentarão constantemente o número de qubits que os seus computadores podem suportar. Espera-se que o progresso seja lento: a McKinsey estima que, até 2030, apenas cerca de 5000 computadores quânticos estarão em operação. O hardware e o software necessários para lidar com os problemas mais complexos poderão não existir até 2035 ou mais tarde. 

 

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2. Cloud e Edge Computing como alavancas de negócio

Até 2024, prevê-se que a interação entre Cloud Computing e Edge Computing com a Inteligência Artificial (IA) generativa remodelará os cenários tecnológicos – e nós acreditamos que sim!


A Cloud tornou-se popular nos últimos anos e, daqui em diante, será a principal solução de integração das tecnologias que alavancam os negócios e as empresas em diversos segmentos. A Cloud agrega um processo de valor, além de permitir a entrega de software com maior escalabilidade e de garantir um melhor desempenho.


Já o Edge Computing é um paradigma relacionado com a Cloud em que as informações são processadas o mais próximo possível do local onde são recolhidas. Por isso, a disponibilização de processadores menores e com maior eficiência energética, algoritmos com maior eficiência de memória e redes avançadas como 5G, contribuirão para a redução de latência no Edge Computing e aumento da escalabilidade.


Em 2024, de acordo com o mais recente relatório do instituto Gartner, os investimentos globais em serviços de Cloud devem crescer 20,4%, atingindo um total de 678,8 mil milhões de dólares. No que diz respeito ao Edge Computing, o Gartner prevê que mais de 55% de toda a análise de dados por redes neurais profundas ocorrerá no ponto de captura num sistema de Edge Computing até 2025, face aos 10% de 2021. 

 

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3. União de forças de Robotic Process Automation e Inteligência Artificial

A Robotic Process Automation (RPA) é uma tecnologia emergente baseada em software, utilizada para automatizar processos organizacionais. De acordo com o relatório de previsões “Forecast Analysis: Robotic Process Automation, Worldwide”, realizado e
publicado pelo instituto Gartner, no final de 2022, mais de 90% das grandes organizações terão implementado alguma forma de automação de RPA.


Ainda de acordo com o relatório, o mercado de software RPA deve crescer para mais de 3 mil milhões de dólares até 2024. Isso ocorre à medida que mais organizações procuram administrar o uso de várias tecnologias, ferramentas e plataformas para automatizar os processos de negócios – visando resultados estratégicos para a empresa.


Até 2024…

Ainda segundo o Gartner, 95% dos fornecedores de RPA oferecerão automação por meio de API e integração de interface do utilizador, e cerca de 80% dos clientes empresariais que implementaram a automação assistida, principalmente num desktop, mudarão para uma UX mais ampla, abrangendo interfaces da web, dispositivos móveis e de voz.

A automação de processos por meio da RPA pode ser um pré-requisito importante para a introdução da IA no mundo empresarial, já que a IA generativa para criação de dados sintéticos tem crescido rapidamente, aliviando o fardo de obter dados do mundo real para que os modelos de aprendizagem automática possam ser treinados com eficiência. Até 2024, o Gartner prevê que 60% dos dados para IA serão sintéticos para simular a realidade, cenários futuros e IA de risco, contra 1% em 2021.

 

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4. Convergência Phygital em diversos ecossistemas

Na prática, a convergência Phygital está relacionada com a maneira como as empresas e organizações combinam elementos físicos e digitais para proporcionar uma experiência mais rica e integrada aos consumidores.


O relatório Conversational Messaging, lançado pela Twilio, traz dados a respeito das mensagens conversacionais e revela que 77% dos consumidores deseja usar mensagens conversacionais para obter ajuda na seleção de um produto ou serviço; 58% usaria canais de mensagens para comprar um produto ou serviço, se tivesse essa opção; 80% dos consumidores gostaria que as marcas oferecessem mensagens ao estilo conversational messaging; e 95% dos consumidores diz que confia mais numa marca se for mais fácil para eles iniciar uma conversa com ela.


Como empresa, percebemos que a tendência surge quando a conexão do phygital vem com a hiperpersonalização que utiliza dados e Inteligência Artificial. Esse conceito tem sido aplicado em diversas áreas, como o retalho, publicidade, moda, educação e até mesmo a saúde. Um exemplo prático do phygital pode ser visto no comércio eletrónico. Muitas empresas têm investido em experiências de compra online que imitam a sensação de estar numa loja física, utilizando recursos como imagens em 3D, realidade aumentada e vídeos interativos.


O phygital representa uma nova fronteira para a interação entre pessoas e tecnologia. É uma tendência que deve continuar a evoluir nos próximos anos e transformar ainda mais os diferentes setores e a forma como consumimos, e até mesmo como aprendemos.

 

 

5. Cibersegurança: a grande arma contra a exposição a ameaças

A cadeia de abastecimento tornou-se um alvo atraente para ciberataques, que podem causar grandes prejuízos financeiros e operacionais a uma variedade de empresas, desde fornecedores de matérias-primas até retalhistas.

 

Os ciberataques demonstraram que mesmo as grandes empresas com especialistas em IT podem ficar paralisadas e sofrer danos durante dias. A questão está a desempenhar um papel cada vez mais importante, especialmente na logística e na gestão da cadeia de abastecimento, porque os cibercriminosos podem ter acesso a dados sensíveis devido à crescente ligação em rede e à digitalização das empresas. Um relatório da IBM, por exemplo, mostra que os custos médios de uma violação de dados no setor são de mais de 3 milhões de dólares.


Não ficando para trás, a gestão de exposição às ameaças é considerada uma das tendências de cibersegurança. O Gartner prevê que, até 2026, cerca de 60% das deteções, investigações e respostas a ameaças irão beneficiar do controlo de dados expostos para, então, validar e priorizar ameaças detetadas.


Esse controlo é trabalhado dentro da área de Threat Intelligence, ou Inteligência de Ameaças, em português, e trata-se de uma das respostas mais eficientes contra os hackers, pois ajuda a entender os atacantes, responder de forma mais rápida e eficiente
a incidentes, e prever proativamente o próximo passo dos criminosos, beneficiando empresas de todos os tamanhos. Além desses pontos, a adoção de um serviço de inteligência também reduz riscos, evita violações de dados e mantém os custos reduzidos.


Gastos globais com segurança e gestão de riscos crescem 14% em 2024

Prevê-se que os gastos com privacidade de dados e segurança na Cloud irão registar as maiores taxas de crescimento em 2024, com cada segmento aumentando mais de 24%, ano após ano.

 

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6. Tecnologia sustentável: Green IT como futuro

Em 2024, continuamos todos a remar na mesma direção: de um lado, as empresas e os seus profissionais continuam a ter como prioridade desenvolver tecnologias mais sustentáveis e reduzir a pegada de carbono das suas atividades; do outro, os consumidores dão cada vez mais preferência a soluções verdes no dia a dia, como forma de minimizarem o impacto pessoal no ambiente.


Eis alguns exemplos de tecnologias verdes com tendência de crescimento em 2024:

  • Green Cloud Computing
    Mais especificamente, a utilização de Clouds públicas contribui para a redução das emissões de CO2 e do consumo de eletricidade. Cada vez mais é uma solução adotada pelas empresas;

  • Transportes eco-friendly
    Além dos já populares veículos elétricos, abrem-se espaços para inovações como pilhas de combustível de hidrogénio, combustíveis de aviação sustentáveis, e a utilização de IA e Internet of Things (IoT) para sugerir rotas mais seguras e eficientes;

  • Gadgets verdes
    O comum utilizador de tecnologia tem cada vez mais opções para reduzir a sua pegada ambiental, desde smartphones fabricados com materiais reciclados a acessórios biodegradáveis;

  • IA e tecnologias relacionadas
    Os famosos algoritmos de IA estão cada vez mais a ser utilizados para otimizar redes elétricas inteligentes (smart grids), práticas agrícolas e previsões climatéricas, contribuindo para uma gestão mais eficaz dos recursos;

  • Tecnologias de economia circular
    Um dos destaques vai para a Captura e Armazenamento de Carbono (CAC), conjunto de tecnologias com a capacidade de capturar dióxido de carbono produzido em grandes fábricas e centrais elétricas, impedindo-o de atingir a atmosfera.

 

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7. Big Data: o poder da automação dos dados

Já dizia a revista Forbes que “os dados são o novo petróleo”, devido à sua preponderância no mundo tecnológico atual. Basta observar que, em 2023, foram produzidos cerca de 3,5 exabytes diariamente, sendo que a tendência é de crescimento para 2024.


Assim, é natural que as empresas que se adaptarem mais rapidamente de maneira proativa à revolução dos dados, conseguirão ganhar vantagem competitiva.

 

Então que desenvolvimentos se esperam da área da Big Data nos próximos tempos?

  • Processamento em tempo real
    Aquantidade de informação recolhida por soluções tecnológicas como IoT é de tal forma elevada que, até agora, mais de 40% desses dados não eram aproveitados. Em 2024, este paradigma promete mudar graças a inovações de Edge Computing que permitem o processamento de dados em tempo real, evitando que fiquem armazenados e percam
    relevância;

  • Maior poder de automação
    Os algoritmos de IA e Machine Learning estão cada vez mais sofisticados e criativos, permitindo o processamento mais rápido de dados que, por sua vez, também são mais complexos. Isto possibilita que as empresas identifiquem automaticamente padrões, tendências e anomalias, conduzindo a uma melhor tomada de decisão;

  • Aposta em cloud híbrida e multi-cloud
    Ao colocarem os seus dados neste tipo de soluções, as empresas garantem não só uma maior flexibilidade e rapidez de acesso à informação, como também uma maior segurança na eventualidade de um ciberataque, já que os dados se encontram distribuídos por várias clouds;

  • Integração de Análise de Dados com Realidade Aumentada (RA)
    Cada vez mais, a experiência de visualização de dados permite uma melhor compreensão dos mesmos. A aplicação de RA no âmbito da análise de dados abre novas possibilidades, tanto em entretenimento para consumidores, como no suporte profissional para os analistas de dados que colaboram entre si, muitas vezes em diferentes partes do mundo;

  • Democratização de dados
    Espera-se que seja uma das tendências mais vincadas em 2024, consistindo na disponibilização, por parte das empresas, de informação de negócio a todos os colaboradores, incluindo aqueles que não trabalham diariamente com dados. Esta é uma forma de incutir em todos os profissionais a capacidade de valorizar a análise de dados, independentemente do seu background técnico, com o objetivo de instigar maior eficiência e produtividade.

  • Data lakes
    São repositórios centralizados, sem limite de armazenamento, que permitem às organizações guardar grandes volumes de dados para serem analisados posteriormente. 2024 será um ano de grande investimento das empresas nesta solução – aliás, estima-se que este mercado apresente uma taxa de crescimento anual de 22,4% até 2028. 

 

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8. Parcerias tecnológicas com África e América Latina

Ponte Brasil – América Latina

O Brasil atingiu, em 2023, a liderança do Global Innovation Index no contexto da América Latina. Este reconhecimento significa, por um lado, que 2024 trará ao país um reforço do investimento em políticas de tecnologia e inovação, e por outro uma maior aproximação aos países circundantes – nomeadamente o México, Chile, Colômbia, Costa Rica, Argentina e Equador. Como?

  • Sede de dois eventos de destaque da América Latina
    Em 2024, o Brasil sediará pela primeira vez aqueles que são considerados os dois eventos mais importantes da América Latina sobre dados abertos: o Encontro Aberto para uma Região Aberta (AbreLatam) e a Conferência Regional para Dados Abertos da América Latina e Caribe (Condatos). Ambos têm como objetivo não só a divulgação de conhecimento tecnológico, como também a promoção de parcerias para trabalho conjunto na área.

  • Reforço de representantes internacionais no South Summit Brazil 2024
    Na próxima edição do evento focado em promover a inovação, a tecnologia e o empreendedorismo no Brasil, estima-se um "aumento significativo" da presença de delegações estrangeiras, esperando-se que ocorra um fortalecimento dos laços comerciais com outros países.

Ponte Europa – África

A União Europeia (UE) e a União Africana (UA) adotaram, em julho de 2023, uma Agenda de Inovação que visa aumentar os recursos dos profissionais e inovadores europeus e africanos, contribuindo para a geração de produtos, serviços, empresas e empregos em quatro áreas prioritárias:

  • Inovação e Tecnologia;
  • Transição Sustentável;
  • Saúde Pública;
  • Capacidades para a Ciência.

O setor de IT é o primeiro ponto desta Agenda de Inovação, o que significa que 2024 é um importante ano de arranque desta parceria para a transformação digital. Algumas das medidas previstas são:

  • Suporte à cooperação entre empresas de tecnologia de ambos os continentes, recorrendo a modelos de trabalho específicos (como Nearshore) e à digitalização e IA como elementos transversais;
  • Apoio a hubs de tecnologia e inovação, assim como ao desenvolvimento das competências dos profissionais de IT, estimulando a troca de conhecimentos e o espírito empresarial. 

 

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