“Que ferramentas devo ter?”

Esta é a pergunta que, naturalmente, qualquer consultor fará ao iniciar-se no longo e precioso trabalho de Quality Assurance (QA). No entanto, até o mais experiente dos testers terá de ter sempre presente e atualizada a lista das ferramentas que o mercado oferece, não só para lhe facilitar o trabalho, como também para aumentar a sua produtividade.

 

Vejamos então, de forma sucinta, quais os principais nomes a reter na panóplia gigante de ferramentas QA, fazendo simultaneamente uma apreciação breve e longe de ser imparcial, pois parte da minha experiência e opinião pessoais.

 

 

Ferramentas de documentação

No início de um projeto é usual que um consultor de QA tenha de se digladiar com a leitura de documentação e, posteriormente, com a sua gestão. Existem inúmeras soluções, mas importa filtrar por aquelas que oferecem um repositório centralizado e acessível a todos, e não meros manuais não editáveis e/ou não compartilhados num endereço comum.


Atualmente, as mais utilizadas são o SimplerQMS, Nuclino e o Confluence (estes dois últimos correm em Corporate Wiki)

 

 

Ferramentas de gestão de projetos

Na gestão diária de um projeto, é recomendável uma organização munir-se da melhor ferramenta de gestão possível. Só assim será possível ter fluxos de desenvolvimento, de testes e de suporte, devidamente calibrados e controlados.  


Nos dias que correm, o “crème de la crème” é o Jira. Não só permite acumular outros tipos de funções, como tem a vantagem de poder ser atualizado automaticamente com o pipeline de desenvolvimento (em releases, sprints, etc).


Mas existem alternativas, como por exemplo o ClickUp ou o HP App Lifecycle Management.

 

 

Ferramentas de gestão de testes

É frequente que o software usado para gestão de projetos seja o mesmo utilizado para gestão de testes (vejam-se os mencionados no ponto acima). No entanto, é também possível que o projeto onde o consultor está alocado opte por uma solução mais específica, apenas para gestão de casos de teste, métricas de teste, etc.


O exemplo mais claro desta especialização é o HP Quality Center, que apesar de ser um pouco datado e de apresentar um design pouco apelativo, continua a ser uma boa alternativa para uma gestão mais focada.


O Microsoft Test Manager, o TestLink e o TestRail servem também este propósito com facilidade.

 

 

Ferramentas de testes com API e BD

No dia a dia, é comum que um tester tenha de ir além do front-end. Aliás, em muitos projetos poderá nem sequer testar em front-end e executar todo o seu trabalho em back-end.


Qualquer que seja a situação, além dos ERP (Planeamentos de Recursos Empresariais) ou aplicações específicas do projeto, importa saber que ferramentas usar para aceder a API e Bases de Dados (BD).


Para API é fácil cruzarmo-nos com o SoapUI, uma ferramenta de testes funcionais com API que, apesar do nome, permite testes com design REST, SOAP ou mesmo Web Services.


Já o Postman é mais indicado para REST, com o bónus de poder ser facilmente utilizado em automação de testes (algo obviamente possível com outras ferramentas semelhantes).


Para BD, quase toda a gente conhecerá o MySQL, mas sendo já um pouco datado poderá ser útil recorrer a outras soluções como o MongoDB ou o DBeaver.


Aqui fica uma sugestão de leitura para alternativas mais recentes de acessos a BD.

 

 

Ferramentas de testes automáticos

A evolução natural de QA culmina na automação de uma parte dos testes a serem executados diariamente. Este tema é explorado em maior detalhe neste e neste artigos, mas convém salientar aqui os principais nomes associados a este tipo de solução.


Em primeiro lugar, conforme o sistema operativo, poderá ser necessário recorrer, como ambiente de desenvolvimento, ao Microsoft Visual Studio, ao Xcode (para utilizadores de Mac), ou ainda ao Android Studio. Como alternativa, existe sempre o NetBeans IDE, capaz de operar em vários sistemas operativos.


Dentro desse ambiente de desenvolvimento, a oferta de frameworks é tão vasta que facilmente poderá desorientar-nos pelo excesso de opções. Convém, por isso, estarmos atentos às novidades e às especificidades de cada framework.


É de salientar que o Microsoft Visual Studio é o mais bem documentado e versátil, visto que tem a maior biblioteca de extensões existente.


Para uma análise mais atenta, aqui fica uma outra sugestão de leitura sobre diferentes opções em voga, com os prós e contras de cada uma.

 

 

Conclusão

É importante ressalvar que um tester poderá não ter de se envolver em todas as áreas supramencionadas mas, mesmo que não o faça de momento, a informação poderá ser-lhe útil noutro projeto. 


E como o saber não ocupa lugar, nunca é de mais ter consciência daquilo que outros elementos de uma equipa possam estar a usar, ou da utilidade que algumas ferramentas poderão trazer em vetores ainda não considerados.


Por agora, fiquemos com estas sugestões.


Bons testes!

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