No mundo da análise de dados, o Power BI emergiu como uma ferramenta líder no âmbito da inteligência empresarial, permitindo que as organizações transformassem os seus dados brutos em conhecimentos com aplicabilidade prática.

 

O Power BI oferece uma variedade de recursos para aprimorar a análise e a geração de relatórios de dados. Entre eles, o uso de fluxos de dados e conjuntos de dados partilhados tem-se tornado cada vez mais popular, pois permite uma arquitetura escalável e eficiente para modelagem e partilha de dados dentro dos serviços do Power BI.

 

Neste artigo, vamos descobrir como desenvolver uma arquitetura do Power BI mediante o uso de fluxos de dados e conjuntos de dados partilhados. Discutiremos ainda os benefícios para as organizações.

 

 

Compreender os fluxos de dados

Os fluxos de dados no Power BI são um mecanismo poderoso para a preparação e a transformação de dados, já que nos permitem conectar a várias fontes de dados, aplicar transformações e criar entidades de dados reutilizáveis, conhecidas como tabelas de fluxos de dados.


Essas tabelas podem ser utilizadas em vários relatórios e dashboards, garantindo consistência e reduzindo a redundância nos esforços de modelagem de dados.


Eis os principais benefícios de criar fluxos de dados:

  • Preparação e transformação de dados: os fluxos de dados permitem a execução de várias tarefas de preparação de dados, como limpar, filtrar e transformar dados de fontes distintas. Você pode usar o Power Query - um mecanismo robusto de ETL (Extract, Transform, Load) - para definir etapas de transformação de dados de maneira visualmente intuitiva;
  • Reutilização e gestão centralizada: uma vez criadas, as tabelas de fluxos de dados podem ser reutilizadas em diferentes relatórios e dashboads. Isso permite a gestão centralizada dos esforços de modelagem de dados e garante que as alterações feitas num fluxo de dados se propaguem automaticamente para todos os relatórios dependentes, eliminando a necessidade de atualizações manuais;
  • Atualização programada: os fluxos de dados suportam a atualização programada, o que permite manter os dados atualizados. É possível configurar a frequência de atualização com base na disponibilidade da fonte de dados e nos requisitos organizacionais.

 

Aproveitar conjuntos de dados partilhados

Os conjuntos de dados partilhados no Power BI são conjuntos de dados reutilizáveis que podem ser usados em vários relatórios e espaços de trabalho.

 

Ao aproveitarem este recurso, as organizações obtêm os seguintes benefícios:

  • Consistência de dados: os conjuntos de dados partilhados permitem a criação de uma única fonte de verdade para métricas de negócios essenciais. Ao usar o mesmo conjunto de dados em vários relatórios, as organizações podem garantir que todos os utilizadores estão a analisar dados com base num conjunto consistente de cálculos e medidas;
  • Redução de duplicação: em vez de criar conjuntos de dados semelhantes separadamente para cada relatório, os conjuntos de dados partilhados são criados uma única vez e podem ser reutilizados várias vezes. Isso elimina a redundância e reduz os esforços de manutenção;
  • Colaboração: os conjuntos de dados partilhados promovem a colaboração entre os autores dos relatórios, permitindo que vários utilizadores trabalhem no mesmo conjunto de dados simultaneamente. Isso promove um trabalho de equipa eficiente e reduz o risco de definições de dados contraditórios.

 

Desenvolver uma arquitetura do Power BI com fluxos de dados e conjuntos de dados partilhados

Agora que entendemos os benefícios dos fluxos de dados e dos conjuntos de dados partilhados, vamos descobrir como desenvolver uma arquitetura do Power BI que utilize efetivamente esses recursos. Vamos seguir estes passos:

  1. Identificar fontes de dados e transformações: comece por identificar as fontes de dados relevantes e as transformações necessárias nos dados. Utilize o Power Query dentro dos fluxos de dados para limpar, filtrar e moldar os dados de acordo com as suas necessidades;

    1-Datasources

  2. Criar tabelas de fluxos de dados: defina tabelas de fluxos de dados dentro dos mesmos, representando as entidades de dados transformados. Certifique-se de que as tabelas de fluxos de dados estão estruturadas adequadamente e são otimizadas para reutilização em vários relatórios;

    2-DataflowTables

  3. Publicar os fluxos de dados: publique os fluxos de dados no espaço de trabalho desejado dentro dos serviços do Power BI;

    3-DataflowCreated

  4. Criar conjuntos de dados partilhados: utilize as tabelas de fluxos de dados como base para criar conjuntos de dados partilhados. Defina relacionamentos, cálculos e medidas apropriados, dentro dos conjuntos de dados partilhados, para possibilitar relatórios consistentes;

    4-DatasetCreated


  5. Construir relatórios e dashboards: com os conjuntos de dados partilhados em vigor, crie relatórios e dashboards através do Power BI Desktop.

    5-ReportCreated

 

 

Considerações para aceder a fluxos de dados, conjuntos de dados e relatórios nos serviços do Power BI

Ao desenvolver uma arquitetura do Power BI com fluxos de dados e conjuntos de dados partilhados, é crucial considerar cuidadosamente o controlo de acessos e as permissões. Este passo garante que os utilizadores tenham o nível apropriado de acesso aos dados e relatórios, mantendo a segurança e a integridade dos dados.

 

Certifique-se de que valida todos estes aspetos:

  • Permissões do espaço de trabalho: os espaços de trabalho do Power BI servem como recipientes para organizar e gerir fluxos de dados, conjuntos de dados e relatórios. Defina as permissões do espaço de trabalho com base no princípio do privilégio mínimo, concedendo acesso apenas aos utilizadores ou grupos necessários. Isso garante que utilizadores não autorizados não possam aceder ou modificar dados dentro do espaço de trabalho;
  • Permissões de fluxos de dados: ao configurar as permissões do fluxo de dados, tenha em consideração a sensibilidade dos dados subjacentes. Determine quem deve ter a capacidade de criar, modificar ou atualizar esses fluxos de dados. Em alguns casos, pode ser necessário restringir o acesso a indivíduos ou equipas específicas responsáveis pela gestão de dados;
  • Permissões de conjunto de dados: os conjuntos de dados partilhados devem ser geridos cuidadosamente para controlar o acesso aos mesmos. Tenha em consideração o nível de acesso necessário para diferentes funções de utilizador, como acesso somente de leitura (read-only) para utilizadores gerais e acesso de edição para autores de relatórios. Garanta segurança a nível do conjunto de dados, ao definir funções e regras que restrinjam a visibilidade dos dados com base no tipo de utilizador;
  • Permissões de relatórios: os relatórios construídos com base em conjuntos de dados partilhados devem ter permissões adequadas para garantir a confidencialidade dos dados. Conceda acesso aos relatórios com base em funções de utilizador, departamentos ou indivíduos específicos. Considere conceder acesso apenas de visualização a executivos ou gestores que possam precisar de informações de alto nível, concedendo acesso de edição a analistas ou autores de relatórios responsáveis pela criação e modificação de relatórios;
  • Sensibilidade dos dados e compliance: tenha em consideração a sensibilidade dos dados que estão a ser acedidos e garanta a conformidade com o RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) ou a HIPAA (Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro de Saúde). Implemente medidas de proteção de dados, como a classificação dos mesmos, para restringir o acesso a dados sensíveis com base em funções ou atributos de utilizador;
  • Colaboração e partilha: possibilite a colaboração e a partilha dentro dos serviços do Power BI, garantindo simultaneamente a segurança dos dados. Configure definições de partilha para espaços de trabalho, relatórios e dashboards para controlar a partilha externa com utilizadores ou grupos específicos. Tenha cuidado ao partilhar dados externamente e considere a utilização de funcionalidades como a incorporação ou a partilha externa segura, para manter o controlo sobre o acesso aos dados;
  • Auditoria e monitorização: implemente mecanismos de auditoria e monitorização para rastrear o acesso, modificações e utilização de dados. Tire partido dos registos de auditoria do Power BI ou de ferramentas de monitorização de terceiros para monitorizar as atividades dos utilizadores, identificar potenciais violações de segurança e garantir a conformidade com as políticas de gestão de dados.



Ao analisarem e definirem cuidadosamente acessos e permissões para fluxos de dados, conjuntos de dados e relatórios nos serviços do Power BI, as organizações podem manter a segurança dos seus dados, promover a colaboração e garantir a conformidade regulamentar.


É crucial rever e atualizar regularmente as permissões de acessos à medida que as funções dos utilizadores ou os requisitos de dados evoluem, garantindo que apenas os utilizadores autorizados têm acesso aos dados e relatórios apropriados.

Partilha este artigo